Mojuí dos Campos, o mais novo município do Pará, criado em 2010, foi
o oitavo beneficiado pelas ações da Caravana Pro Paz no Baixo Amazonas.
Em três dias de ação, a demanda maior dos moradores foi pelos serviços
de saúde. A oftalomogia bateu recordes de atendimento, com quase 1,4 mil
consultas e cerca de cinco mil procedimentos.
Segundo a oftalmologista Melissa Krindges, a maioria dos moradores tem
necessidade de usar óculos. A catarata, o pterígio (popularmente
conhecido como “carne crescida”) e o glaucoma foram os problemas mais
registrados. Além da prescrição de óculos, alguns pacientes foram
encaminhados para cirurgia. Maria Eduarda Rodrigues, 7 anos, começou a
ir mal nos estudos.
A professora se queixou para a
mãe que a menina não copiava as matérias escritas no quadro negro.
Questionada, Maria Eduarda confessou que sentia muita dor de cabeça
quando forçava a visão para enxergar. A oportunidade de consultar a
filha veio com a Caravana Pro Paz. “Aqui é muito difícil conseguir uma
consulta. Demora meses e não temos dinheiro para ir ao médico
particular. Essa ação beneficiou muita gente”, disse a mãe, Elisangela
Silva Rodrigues.
A gratuidade do serviço também
atraiu o agricultor Carlos Paiva Moura, 44 anos, que ainda criança
sofreu uma perfuração no olho direito e perdeu parte da visão. Desde
então, nunca mais tinha ido ao médico. O diagnóstico indiciou a
necessidade de uma cirurgia, após a qual ele terá de usar óculos.
“Estava enxergando muito mal, pensei que ia até ficar cego, porque nunca
temos chance de ir ao médico. Estou muito grato por este atendimento”,
afirmou.
Carlos Paiva foi encaminhado para o
Sistema de Regulação da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A
equipe está atendendo os pacientes que necessitam de procedimentos
cirúrgicos, exames e consultas com especialidades não ofertadas na
caravana. A demanda em Mojuí dos Campos por procedimentos complexos
somou quase 400 pacientes. Algumas consultas já foram marcadas para o
fim deste mês, com atendimento no Hospital Regional de Santarém. As
cirurgias devem acontecer a partir do mês de agosto.
No caso da oftalomogia, uma equipe de médicos deve retornar à cidade
para fazer o procedimento no hospital referência. São diversas
especialidades, como ortopedia, ginecologia, mastologia e pediatria,
tanto para os casos de consultas como para cirurgias.
Adolfo Ferreira de Aguiar, 62 anos, chegou cedo à escola Fernando
Guilhon para atendimento na clínica médica. A queixa era de dores fortes
na coluna. Durante o atendimento, o médico não detectou com exatidão o
diagnóstico e encaminhou o paciente para um exame de ressonância
magnética. “Tem mais de um mês que eu sinto muita dor. Já havia tentado
me consultar, mas é muita gente esperando, ainda mais por um exame
desses. Por aqui consegui marcar para o fim do mês”, conta.
Ainda em Mojuí dos Campos, as demais especialidades médicas (pediatria,
ginecologia, cardiologia e clínica médica) somaram quase duas mil
consultas. Na odontologia, o segundo serviço de saúde mais procurado,
foram cerca de 3,5 mil atendimentos, entre consultas e procedimentos
(restaurações, limpeza e profilaxia, entres outros).
A demanda pela emissão de documentos em Mojuí dos Campos foi abaixo do
esperado. A emissão do registro civil de nascimento, por exemplo, somou
186 solicitações. A caravana ofertou também o registro de identidade e o
cadastro de pessoa física.
“Muitos moradores de
Mojuí se anteciparam e procuraram os serviços em Santarém e Belterra,
que antecederam a cidade nas ações do Pro Paz”, explicou a assistente
social da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) Soraia Reis.
De Mojuí dos Campos, a caravana segue para Curuá, com atendimento
programado entre 14 e 16 deste mês.
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